A Espanha na história do futebol

Publicado  sábado, 17 de julho de 2010

Há muitos anos a Espanha busca um lugar de respeito no cenário do futebol mundial, mas apesar de ter sucesso absoluto com os clubes da liga espanhola, a seleção nacional nunca teve o mesmo prestígio.

O multi-campeão Real Madrid conquistou cinco taças européias, nos anos 50,tendo como jogadores decisivos os estrangeiros Puskas e Di Stefano, ainda passaram por aquele time os brasileiros: Canário e Didi. Pouco depois, com exceção de Didi, esses jogadores atuaram pela seleção espanhola.

Disputaram a Copa de 1962, e acabaram sendo eliminados logo na primeira fase. Com a proibição imposta pela FIFA de que os jogadores poderiam atuar apenas por uma seleção e a falta de jogadores espanhóis de qualidade, o país amargurou anos sem sequer participar de competições internacionais.

Mas a Espanha começou a obter bons resultados ao final dos anos 80 e início dos anos 90 com as freqüentes aparições em oitavas de final de Copas do Mundo, e a seqüência de participações em Eurocopas. O resultado disso foi à aposta nos craques nascidos no próprio país, e no fortalecimento da liga espanhola.

O que automaticamente incentivou as seleções de base e os times a formarem jogadores, os resultados começaram a aparecer no mundial sub 17 de 1991, quando a Espanha ficou com o vice-campeonato. Logo em 1992, conquistaram o ouro olímpico. Nos anos seguintes eram freqüentes as posições de destaque. Em 2003 e 2007 foram vice-campeões mundiais sub 17, em 1999 foi campeã mundial sub 20, em 2000 foi prata nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2008 foi campeã da Eurocopa.

Mas os fracassos constantes em Copas faziam com que muitas pessoas se dividissem na hora de opinar a respeito da seleção, conhecida como azarada e pipoqueira, chegou ao mundial como favorita, e sagrou-se campeã. Era o título que faltava para entrar de vez no hall de seleções de tradição e acabar com a incerteza de críticos ao redor do mundo.

A mescla da geração de jogadores novos como: Pedro, Busquets, Juan Mata, Piqué, Sergio Ramos, Javi Martínez, com a de jogadores mais experientes como: Casillas, Puyol, Xavi, Marchena, Capdevila e David Villa. Foi essencial para a conquista do título, sendo que os jogadores novos, apesar da idade, são peças fundamentais nos times pelos quais eles atuam.

Outro ponto que merece ser exaltado são as características principais do time espanhol, ter uma equipe do país como base para a seleção e um goleiro experiente. Dos 11 jogadores que iniciaram a final da Copa, sete são do Barcelona. O goleiro Casillas, apesar de ter 29 anos, já havia disputado duas copas do mundo e atua desde os 19 anos como titular do Real Madrid.

E esse foi o legado que a seleção espanhola deixou nesta copa, de que você pode ter um campeonato com estrelas de outros países, mas também não pode esquecer os jogadores do teu próprio país. E isso serve perfeitamente de lição para seleções como Inglaterra e Itália que tem campeonatos fortes e recheados de craques estrangeiros, mas que acabam abafando a nova safra de jogadores de seus países.

Essa seleção espanhola tem tudo para chegar firme na Eurocopa 2012 e na Copa do Mundo 2014. Com fantasma de eliminações precoces sendo extinto, Espanha tende a aparecer como principal favorita para as próximas competições internacionais, sem argumentos para os críticos e desconfiança dos torcedores e dos próprios jogadores, e principalmente com o respeito das outras seleções.

Ícaro Leal

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